Tuesday, November 08, 2011

hoje

mas o seu olhar refinado e inteiro, a dizer qualquer coisa de mim, enquanto eu ele, eu você, eles, somos todos iguais de noite, queremos viver, compartilhar qualquer pedaço de dor, e muito amor com um pouco de calor. e eu fico daqui me lembrando do meu olhar pras unhas dos pés finos um tanto sujas e como isso é delicado, reparar em cada coisa, como havia reparado nas minhas de de manhã, ou no pato comendo o peixe aos poucos, enquanto o cisne deslizava meio bobo no lago negro. o que há nós é i ar. um corpo é sagrado. de novo dois corpos juntos, num lugar estranho, mas aquecido. mua saudades de sair de mim e junto, de viver junto, estar junto.

fui invadida hoje por sentimentos assim, de revolta e falta de tranquilidade. mas vai passar. já passou.me perdoem, não quero sentir isso, mas sinto. vou procurar limpar com mais amor, mais amor, por favor. é que não dizer sufoca, assim como falar demais também.
na família, enquanto isso, tudo sempre no mesmo lugar com as pessoas ocupando os mesmos papéis, anos sem se ver ou se falar etudo rapidamente se repete, nada de novo, a irmã mais velha, a mais nova e a do meio, os irmãos, e uma raiva velada que não se dissipou. ah eu quero ir embora. o que fica no entanto é me ver ali, no desconforto de sempre e a me perguntar, porque ainda venho? qual a graça desse jogo? porque afinal ainda nos reunimos? Pra aguentar o que não aguento, dizendo sim? Se é a indiferença o que nos une, não preciso mais dela, nem dos falsos abraços. Ou talvez seja a falta minha, a de um desamor que chega a doer. Um desprezo pelo que não pode ou não tem, a comparação com eles, e a distância que se impõe. E o difícil é enfrentar o dia seguinte. A vida é assim. E eu me programo desde já para fazer outra coisa na próxima reunião, s econseguir me lembrar de como é uma ocasião de confirmação do qeu não quero mais. E esses desafetos a gente leva, eu sei que leva, o cara no chão da rua se lembra da mãe, de quem foi, de como se sentia, assim como o coxinha do supermercado onde todos se vêem a apenas a si mesmos, escolhendo paladares para enfrentar o tédio, ou a vida glutona, sem se importar, sim, mesmo meu irmão , sem dar a mínima aos que nada têm, e aquelas pessoas todas lhes servindo, afinal, são especiais. As pessoas de fora são um êrro, algo que não compreendem bem, perseguem seus aperitivos como se caçassem. Você não entende. Só eu reparo. Então eu abro a porta, quero um ar mais fresco, onde se respire de verdade. E hoje anadando pela avenida vi uma conhecida que não me viu, e eu fiz que não a vi, porque a cena delatava qualquer coisa que incomodou perceber. Então a perseguir, só a mim mesma. Vai ser estranho não ir, como tem sido qualquer coisa.

Mas é no seu olhar que me encontro e me aqueço e copio isso de novo, vale para você tambem, os outros são os outros, dando tudo como que na mesma massa amorfa.Não quero dizer que, esquece. E se as linhas se cruzam, e se as estórias se repetem, pode ser que o fio ainda não tenha sem soltado ou porque tudo está como que amarrado num grande e falso nó, gigante demais para se perceber muito de perto. Então eu acho que quero fazer da vida aquela mágica que você fez no barbante parecendo atar a linha entre os dedos da mão e que ao puxar, se solta desatada e mole.

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