Tuesday, June 08, 2010

o livro dos pequenos começos

ou o livro entreaberto ou

nietzsche às segundas feiras

trânsito não há, os impedimentos são todos meus, como não encontrar o número da casa? sem o mea culpa talvez. o querer parece infinito mas mesmo assim recuo. comedida e desentendida de um acordo que desentendo, pois eu disse que faria, que iria, e porque não faço isso então? porque me desfaço, preferindo depois as impressões, como se, como se já alguma coisa me importasse, quando desejos são frustrados apra todo o sempre,de novo,repito, e é só o que sei fazer, repetir. vou embora sem saber do pouco que sou para onde onde ir e volto para uma casa que quero e não que seja minha. uma outra casa que habito. uma casa que não habito. desdém pela sopa que fiz e que parece aquecer. está boa, mas mão quero. o telefone toca. como posso esquecer de mim por todo o sempre? esquecí o número da sua propriedade, da casa, da aula, me desculpe por não ligar, estava sem telefone, não era verdade estava com o telefone, o seu, quero dizer, mas não tinha como ligar.não comunicação. mas sempre há um jeito, você sabe, sempre há, eu sei, quando se quer. mas o que quis? preferí, o que talvez seja uma palavra por demais assumidamente consciente,digamos então que me deixei vagar, e ficar pela rua antiga, a sonhar, talvez eu pudesse me mudar para alí, quem sabe, a aula indo, as pessoas me esperando eu imaginava, este lugar. um lugar com estória, como quem precisa esquecer da sua, mas mesmo assim, ou por isso mesmo. foi bom entrar numa casa com sofás e calor. agradeço. amigos dos filhos na casa da moça artista que me recebe. mas não era eu. estou como quem vai. faço as festas sozinha. imagino se os outros comparecem ou não. empregadas nenhumas. melhor assim. nenhuma mais a acusar, a roubar, a entrar na minha casa. alianças, roupas, cheiros, vontades me pertencem. acho que pressentem até. porque descombinam, como nada. desaparecem e não vem, têm vontade própria. como hoje, que esperava. que só. obrigada por não vires, patrícia. enfrento será então eu panos e poeira, sujeira limpa onde guardo meus pensamentos aqui? sobretudo, sim sobretudo, me invento.

não há ninguém ou quem sabe tanta gente há dentro que eu não caiba mais em mim. preciso esvaziar-me de mim, pode ser.sim. não vai dar certo. mas não vai dar, começar o quê de novo, já nascí faz tempo, eu, nenhuma análise seja o que for, ou mesmo um número, abstração de mim, faz diferença. me acostumei a: mentir, falar sozinha, me arrepender dos ditos e não ditos. me perder e me achar e isso aqui. a encantar imagens, a desfazer frases e trocar letras, entre enquanto posso, vamos ver no que dá, disse algumas ontem, mas não vale ver como ficam assim. assim eu. como eu me esquecí, desculpe. quanto já há aí.
eu por exemplo, não conseguí pegar o tricô da mãe, a minha, e quero saber isso, porque a demora querendo voltar a ser filha, não há caldo alí, eu já sei, mas insisto, quem sabe é hoje, dessa vez, mas quero dizer,tudo que me ensinaram eu aprendí, e não ficar ao invés ouvindo eu não tenho paciência para te ensinar, me deixa ver, eu fico tentando entender, se o problema é a falta de paciência dela ou se eu, de novo ,a culpa é minha? e numa ansiedade desatenta do outro um tricô se faz impossível, eu não quero dizer mais estar alí sem continente, desabrigo cruel. se eu fosse criança o que ela diria? e o que eu faria se nem adulta sabia onde me meter? eu continuo com a vontade mas de nada serve aprender a fazer, então ela não me ensina, mesmo, ela me diz, com você então sabe, eu faço o cachecol para a neta, ela não me percebe, eu sei. preciso de proximidade mas há uma repulsa distância de quiiômetros de abandono, melhor assim, sem continente aqui, melhor procurar, outro lugar , mas onde. sem problemas nem todas as mnaes são possíveis.( mas ainda assim é melhor tê-las que não.) ou mesmo filhos. não é comigo, você me entende? problema seu, diz seu pai. eu quero resolver, eu quero e. mas alguma ajuda? não. vou ter que fazer aulas será que ela não percebe que? uma estranha teria mais paciência. e assim. que a moça não vindo sou quem limpa os armários. então o que imaginava antes é o que agora você vai alí e faz isso será feito por mim. sofrimento, entende? nem liga também não dá mínima para a espera. e não há outra para ler ou desenhar por mim. injusto, justo a mim coube ser eu mesma?( tirinha do quino citada por meu terapeuta e o que ele não sabe resolver ou me mostrar são as implicações das minhas escolhas, quero que me fale delas, que caminho estou tomando? não, não, claro, só a mim cabe responder. eu sei. eu não sei.)

você não vai achar legal isso, pode ser que sim, parte deste assunto talvez lhe interesse.vou matar baratas agora. e fazer pão depois. meu atelier começa existir dentro aqui, se a casa deixar e se por sua vez não invadir as pontas de um desenho que nem bem começou. que parece nunca existir. como eu ou você.

ou obrigada por não vires.

eu digo.



e vou procurar se tenho a genealogia da moral na estante, os livros daqui, e encontro uns fragmentos dela, e já estava aberto e marcado na página exata num livro ganho num aniversário de outros tempos. a página marcada como se para essa noite, alí marcada no papelzinho amarelando amarelado, esperando para ser, um fragmento a ser lido, naquele dia, um dia, um ontem , num hoje um amanhã qualquer. bom e pelo menos ele ligou, voce não veio? ficamos espernado, fiquei preocupado.

Prólogo


I

Nós não nos conhecemos a nós mesmos, nós que procuramnos o conhecimento; nós ignoramos a nós mesmos, : e há uma boa razão para isto. Nós não procuramos jamais a nós mesmos- como poderia ser que descobríssemos a nós mesmos um dia?

Ĩiedrich Nietzsche

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