um dálmata dentro de um carro.

o cão é a coisa mais linda dentro de um carro.


um sapato preto brilhante de bico quadrado entre os detritos num terreno baldio.

umas pétalas cor de rosa tingindo as pedras grandes no caminho.


quando o ônibus quebra, vou pra trilha de pedestres no meio da avenida, por onde o ar passa mais leve, com grandes pedras ao lado, para sentar e observar.


e as moças da loja indiana se oferecendo tão amigas que tenho vontade de sair correndo pra nunca mais voltar, e saio, por fim, aliviada.


meu signo é de água, por isso adoro chuva...disse o cobrador


observo as árvores da alameda do parque ibirapuera, uma a uma, percendo as diferenças. me imagino desenhando uma por uma.


na chuva, quase sou atropelada por um cara que desce a ladeira de patins. que susto.


me sento no tronco da árvore molhada, e vejo lá de longe, de novo, a mesma bicicleta com rodas espelhadas, parada e acorrentada.

hoje não vi mais nada. afora de mim, um mundão ainda por vir.