um negro sabe? um negro retinto. ela pensou, respirou de novo e olhou a noite lá fora, planejando sair. é sempre hora de sair e de fazer a outra coisa. a coisa do negro que lhe bastaria por completo não se configura e como ela o sabe é uma meta e um mito. no departamento, antes, como se aluna fosse, denunciou alguma vontade de saber. e então. mas só aprendeu a primeira parte, o parece que, e faltou o esmero de desaprender e entender a espera, as coisas sendo feitas, o ácido, a goma, o veio, mas ela do tempo e da verdade não sabe o que fazer quando encontra. depois. melhor depois. mas quando? um negro, um negro retinto, sabe? imagina também mais espaço e a viagem pra outro atelier, um lugar sereno ou distante, que exista, e as gravuras, belas imagens feitas com o negro mais retinto, o papel creme ou mesmo um branco alvo e amplo, ou quem sabe até um cinza possível. mas não sabe ainda como desfazer-se para sair de sí a imagem perseguida, a ânsia por um negro retinto, desse negro que não se encontra, nem no pixe, nem nas ruas, nem nas aulas, nem nas cadeiras, nem nos cafés nem nos postes nas sujeiras mais duras nas e de nas esquinas escuras, mas mais nas culpas, nos medos, nos prantos, nas veias, nos pulsos, no corpo e na pele com poros pedindo, pedindo pedindo me deixa, liberdade.
mas fez tudo diferente. é preciso sair. tenho hora.
2 comments:
Gostei muito do conteúdo do seu blog. Adoro ler, livros, contos, romances, crônicas, ensaios.
Também escrevo, embora temas diferentes. Até saio do foco para comentar um filme ou livro. Dê uma olhada lá:
viajantesustentavel.blogspot.com
Beijos!
Somente cada um sabe sua necessidade, desistir jamais, surpreender sempre, lutar constantemente, desanimar nem pensar...
Em frente é o lema, persistir é a rotina, viver é o necessário...portanto siga em frente e pense que só VC é por Vc mesma...reflita profundamente! Foi um prazer conhecê-la.
Att
Lílian
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