Thursday, November 17, 2011

ao invés de me gabar de mim

Vontade louca de chorar de achar um lugar onde eu possa ficar e guardar esse tanto de paz que agorinha há pouco estava em mim ( não mais agora, com a música alta que não quero ouvir, rumor de estudantes que não estudam nessas faculdades de longe, com o quarto fechado com filho dentro, a pizza gigante, nenhum sorriso no rosto, o trabalho (dele) terminado, mas não o meu, tanto a fazer, e a solidão, nenhum prazer, enquanto do outro lado da cidade o outro filho, com seus oito anos que desacompanho, a brincar, onde e com quem?). vontade de só saber de mim e de me dizer que sou capaz, e mesmo que algo dizendo que sim, precise de mais tempo para eu possa mesmo ser, parecendo que eu talvez precise mais de mim.
O livro "quando não está acontecendo nada" da noemi jaffe, que eu não conheço, mas que sempre quis conhecer, ela e os cursos que nunca posso pagar, depois o pequeno toque do menino vendedor que passou no teste da livraria ( enquanto eu não) aparece para me dizer oi, ele com emprego afinal, e ele é mesmo um nato vendedor, mesmo que nada tenha estudado como ele pensa que eu, e eu, afinal quem sou? os passos para se fazer uma tese desfeitos pelo artista, professor que nunca foi meu, perpassa os passos que tenho a fazer, desde a introdução, o objetivo, o cronograma, e as referências teóricas em acasos da vida, com uma liberdade tal, que percebo que não tenho mais nada a dizer, a não ser simplesmente seguir, e acreditar, mas muito a calar, muito a fazer, muito a aprender, e talvez mesmo só viver. então percebo que no auge da dor a gente vai colocando os muros, olha gente, sou mestranda, sou doutoranda, seria maravilhoso constatar, tenho inteligência afinal, coisa e tal e claro isso é mesmo bom e divino maravilhoso, e traz um pouco sim dessa paz que eu dizia [porque um esforço assim de pesquisa e escrita merece um tanto de paz, por assim dizer, depois de feito} mas eu não sei, o argumento não se completa e eu fico aqui a escrever, ali a remoer, e na padaria do bairro encontro depois dois pequenos cartazes, um com uma moça loira desaparecida no dia 11/11 e outro com um cão encontrado não sei quando, mas agradecido o dono. mas pra que isso tudo me serve, afinal?

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